29º FAM

O Florianópolis Audiovisual Mercosul celebra o cinema que pulsa identidade, afeto e transformação. Com filmes exibidos entre 2019 e 2024, da capital, do estado e uma coprodução do Mercosul, a seleção diversa e autoral antecipa os temas, o espírito coletivo e as conquistas curatoriais que marcam a edição de 2025. Disponível até 04 de outubro.

Regenerar: caminhos possíveis em um planeta machucado

Direção:Maria Clara Parente

Emergência climática e estruturas coloniais da sociedade contemporânea são analisadas sob a perspectiva da morte, do sonho e da vida em depoimentos de Bayo Akomolafe, Sidarta Ribeiro, Márcia Kambeba e outros.

36º Kinoforum

A nova edição do Festival Internacional de Curtas de São Paulo apresenta a mostra especial Dogma Feijoada 25 Anos, que celebra o manifesto provocativo pelo enegrecimento do cinema brasileiro. Com curadoria da pesquisadora Viviane Pistache, os filmes selecionados contam um fragmento importante de curtas dirigidos por pessoas negras até hoje. Não perca: até 7 de setembro.

Mostra Entrenegro

Seria possível imaginar um lugar entre o que convencionalmente é chamado de cinema brasileiro e cinema negro brasileiro? Essa é a proposta da mostra com curadoria de Lorenna Rocha e Gabriel Araújo, da plataforma Indeterminações, com filmes que embaralham visões essencialistas sobre as racialidades e os pressupostos estabelecidos em torno da ideia de cinema negro brasileiro.

Festival comKids 2025

A nova edição do festival traz uma seleção especial de curtas brasileiros voltados a crianças e adolescentes. Valendo-se de técnicas variadas, os filmes contam histórias que falam da natureza e abordam temas como a fantasia, as infâncias indígenas, a cultura popular brasileira e a imaginação. Disponível até 16 de setembro.

Mostra Águas correntes

Com curadoria das pesquisadoras Ceiça Ferreira e Lidiana Reis, a Águas correntes: : mulheres no Centro reúne oito produções contemporâneas do Centro-Oeste. Dos sons do rasqueado à luta por moradia em Goiânia, a seleção explora a diversidade de vozes femininas que compõe a cena audiovisual local.

5 vezes Carlos Reichenbach

No ano em que Carlos Reichenbach (1945-2012) completaria 80 anos, a IC Play presta sua homenagem ao diretor, roteirista, fotógrafo, músico, cinéfilo e professor, publicando 5 longas representativos de sua filmografia. Político e erótico, popular e erudito, ousado e clássico, licencioso e crítico, pioneiro e atual, seu cinema merece ser revisto ou prestigiado pela primeira vez.

Os primeiros soldados

Direção:Rodrigo de Oliveira

Esta celebrada produção capixaba é um monumento às primeiras vítimas da AIDS no Brasil. Confrontando o sensacionalismo midiático e o preconceito, o filme se debruça com ternura e empatia sobre o horror de uma doença silenciosa e fatal na época. Neste contexto, o horizonte da derrota é substituído pela solidariedade e a luta coletiva.

Trabalhar cansa

Direção:Juliana Rojas e Marco Dutra

Exibido na mostra Un certain regard do Festival de Cannes de 2011, o primeiro longa-metragem da dupla de cineastas foge dos clichês do drama psicológico, tirando de seus atores uma performance habilidosa, distante do naturalismo tão comum no cinema brasileiro e na televisão. O mergulho no universo do terror cria camadas de significado a uma história aparentemente simples, porém repleta de crítica social.

Histórias do cinema brasileiro

Oito filmes novos no catálogo são uma viagem pela história do nosso cinema. Confira o clássico Limite, de Mário Peixoto; Também Somos Irmãos, joia da Atlântida com a magistral atuação de Grande Otelo; Sai da Frente, a divertida estreia de Amácio Mazzaropi; além de O menino e o vento, de Carlos Hugo Christensen; A margem, de Ozualdo Candeias; Lilian M: Relatório confidencial, de Carlos Reichenbach; Eles não usam black-tie, de Leon Hirszman e Durval Discos, de Anna Muylaert.

Cinema negro

Os cinemas negros vêm derrubando barreiras e construindo um lugar próprio dentro do audiovisual brasileiro, resultado de um movimento que une luta política, afirmação identitária e consciência artística. Nesta seleção, você encontra obras pioneiras, nomes históricos e a produção recente do audiovisual negro feito no Brasil.

Filmoteca indígena

A coleção recebe reforços de peso que destacam a luta pela demarcação de terras e pela preservação da cultura dos povos originários. Neste lançamento, o épico Martírio, os poéticos Lithipokoroda e Cacica – a força da mulher Xavante e a trilogia de curtas Mãri hi – A árvore do sonho, Thuë pihi kuuwi – uma mulher pensando e Yuri u xëatima thë – a pesca com timbó, que integram o projeto A queda do céu.

Coleção Jorge Furtado

Um olhar afiado sobre a essência do Brasil, aliado à critica social e ao humor. Nos clássicos Ilha das flores e Rasga coração – baseado em peça de Oduvaldo Vianna Filho –, passando pelo humor de Saneamento básico, o filme e O homem que copiava, o cotidiano se transforma em situações absurdas na filmografia do diretor Jorge Furtado apresentada na IC Play.

Saneamento básico, o filme

Direção:Jorge Furtado

A trupe cômica reunida por Jorge Furtado é um dos grandes trunfos dessa comédia estrelada por nomes como o ator Paulo José. Furtado segue fiel a seu projeto de criar obras críticas e comunicativas, capazes de quebrar barreiras de público. Nesse filme, o diretor se debruça divertidamente sobre as contradições do cinema brasileiro.

Engole o choro

Direção:Fabio Rodrigo

Prêmio IC Play no 17º Festival Visões Periféricas, em 2024, e exibido em diversos festivais, este curta-metragem se inspira na clássica história da relação entre pai e filho. Cortante, com excelentes atuações e sem qualquer apelo melodramático, o filme mergulha na alma de dois homens negros na periferia de uma grande cidade.

Esta noite encarnarei no teu cadáver

Direção:José Mojica Marins

Continuação de "À meia-noite levarei sua alma", este clássico do terror festejado por cinéfilos do mundo todo projetou a personagem de Zé do Caixão para os quadrinhos e a televisão nos anos 1960. Original, blasfemo, inventivo, o longa se afasta das convenções do horror hollywoodiano, criando uma atmosfera própria e bem brasileira.

Mutum

Direção:Sandra Kogut

É pelo olhar e sensibilidade do menino Thiago que o drama do mundo adulto é visto. Ao lado de seu irmão, ele será confrontado com este universo repleto de traições, ambiguidades e silêncios. Inspirado em Campo Geral e no personagem Miguilim, do grande escritor João Guimarães Rosa, sob o olhar sensível de Sandra Kogut.

As cores do som

A mostra que celebra a riqueza de expressões culturais genuínas, tendo a música como fio condutor. Além de ritmos, instrumentos, melodias e letras que embalam a trilha sonora de nossas vidas. Na seleção, Terruá Pará, Mangueira em 2 tempos, Terra de ciganos, Brega S/A, Funk favela, Vou rifar meu coração, Botinada: a origem do punk no Brasil e Aqui favela, o rap representa. Preparamos uma playlist no Spotify. Filmes para ver e ouvir.

Imagens do inconsciente

Direção:Leon Hirszman

A vida e a obra de três artistas plásticos que estiveram sob os cuidados da psiquiatra Nise da Silveira, em seu ateliê terapêutico, são o tema desta emocionante trilogia. Além de captar a beleza e os mistérios da vasta produção do grupo, os documentários também descrevem o trabalho de Nise, personalidade que revolucionou a psiquiatria no Brasil e que faria 120 anos em 2025.

A batalha do passinho

Direção:Emílio Domingos

Premiado no Festival do Rio em 2012, acompanha de perto o movimento do passinho carioca. Realizada num momento de efervescência da dança nas periferias da capital fluminense, a obra registra com intimidade e frescor – e na contramão do preconceito – as batalhas e os sentidos culturais e políticos do passinho.

Olhares do Norte

Dez novos títulos da região Norte chegam à IC Play em uma seleção de documentários, animações, dramas e filmes experimentais que reforçam a qualidade, a diversidade temática e a inventividade desta produção. Chegam ao catálogo o longa O Comedy Club e os curtas Cabana, Águas que me tocam, Hélio Melo, Kanau'kyba, Solitude, O céu dos índios Desâna e Tuiuca, Sabá, Utopia e Banho de cavalo.

Teca e Tuti: uma noite na biblioteca

Direção:Diego M. Doimo, Eduardo Perdido e Tiago MAL

Teca, uma pequena traça, vive com a família e Tuti, seu ácaro de estimação, numa caixinha de costura. Como toda traça, adora comer papel, mas como também é fã de uma boa história, percebe que os livros não podem virar refeição. Quando encontram um mistério a ser desvendado, partem para a biblioteca em busca da história das suas vidas. Disponível em cópia com recursos de acessibilidade (Libras, audiodescrição e legenda).

Homenagem Hector Babenco

Nascido na Argentina em 7 de fevereiro, Hector Babenco (1946-2016) fez do Brasil o seu país, e da realidade brasileira o tema de sua obra. Autor de uma filmografia que caminha entre a dureza do real e o lirismo da poesia, que alinha apelo para o grande público e crítica social. Seus filmes projetaram a produção brasileira para o exterior, conquistando prêmios e indicações ao Oscar. Confira uma seleção com Carandiru e cópias restauradas de O Rei da Noite, Lúcio Flávio o passageiro da agonia e Pixote: a lei do mais fraco.

O caso dos irmãos Naves

Direção:Luiz Sergio Person

Estrelado por um elenco de peso, com destaque para Raul Cortez e Lélia Abramo, o filme de Luiz Sergio Person foi premiado na época de seu lançamento e é considerado um clássico do cinema político brasileiro. Baseada num dos maiores erros judiciários da história do país, a obra revela até que ponto pode chegar a atrocidade policial do Estado, lançando luz sobre a violência que marcou o período da ditadura militar (1964-1985).

Cine curtinhas

Uma atração especial pensada para crianças e pais curtirem juntos. Divertidas, inteligentes e premiadas em festivais, as animações falam, com delicadeza e criatividade, de temas importantes para a infância e da cultura brasileira. Entre os curtas, Contos mirabolantes - O olho do Mapinguari, Ciranda feiticeira, Era uma noite de São João, Lulina e a lua, Òrun Àiyé - A Criação do Mundo e Viagem na chuva.

Serras da desordem

Direção:Andrea Tonacci

Um dos melhores filmes brasileiros dos anos 2000, foi premiado em diversos festivais. Passeando livremente entre a ficção e o documentário, reunindo distintos materiais e recursos narrativos, Andrea Tonacci construiu uma obra clássica e inquieta, que se debruça de maneira épica sobre uma das piores tragédias da história do país, o sistemático massacre dos povos indígenas.

Branco sai, preto fica

Direção:Adirley Queirós

Brasília é dominada por um regime autoritário e segregacionista. Três subversivos armam uma bomba enquanto um viajante intergaláctico do futuro volta ao passado para responsabilizar o Estado por um crime real – a morte de jovens negros por policiais durante um baile black em Ceilândia, em 1986. Grande vencedor do Festival de Brasília de 2014, mobiliza documentário e ficção científica para tratar do racismo.

A Rainha Diaba

Direção:Antônio Carlos da Fontoura

Com argumento de Plínio Marcos, o filme se inspira na vida da lendária figura de Madame Satã. Exibida no Festival de Cannes de 1974, esta obra visionária, kitsch e pop antecipa em décadas o debate em torno de um cinema queer, artisticamente inventivo e politicamente contundente. Redescoberto nos últimos anos, foi restaurado em 4K, num exímio trabalho que recuperou toda a sua beleza visual.

Ôrí

Direção:Raquel Gerber

Obra fundamental e épica, que invoca os sentidos, cria conexões e leva o espectador para um movimento de reflexão e mudança. O filme que valoriza o papel dos bantos e da cosmogonia africana na sociedade brasileira, revisita conceitos como tempo, espaço e memória e resgata a figura de Zumbi dos Palmares e a importância dos quilombos. Destaque para a montagem, que entrelaça reflexões da intelectual Beatriz Nascimento.

A hora da estrela

Direção:Suzana Amaral

Por sua atuação como Macabéa, Marcélia Cartaxo recebeu o Urso de Prata no Festival de Berlim de 1986. Sob a direção meticulosa e inventiva de Suzana Amaral, a atriz encarna com perfeição o espírito tragicômico, amargo e ao mesmo tempo irônico do clássico romance de Clarice Lispector.